[Intro]
— É a Flamboyant galera
— Sim, sim, sim, Corleone galera
[Verso Único]
Eu e meu mano 'távamos dando um rolê pelas ruas e tudo tava numa boa
As esquinas tavam cheias, a negada deve tá jogando dados
Eu estacionei o carango, então meu mano Iroc pode buscar uns bagulhos
E eu vou apostar até ele voltar — por que não?
Click-clack, engatilho o cano, tenho que tá armado
O jogo tava cheio, neguinhos com o bolso cheio
Eles tão jogando Cee-Lo, meu pau ficou duro quando eu vi a grana
Eu apostei nada além de mil pratas, aí, tu sabe como sou
No começo eu tava perdendo, e aí comecei a ganhar uma atrás
...da outra, recuperei minha grana, entrei de volta do meu Ac' vermelho
Eu tava esperando pelo meu mano voltar lá do ponto
Eu vi neguinho preparando algo, e eu tô longe do meu bairro
Finalmente ele voltou, falei pra ele, "Entra logo porra"
Na minha frente ele sorriu e disse, "Quanto tu levou?"
Eu chutei que foi uns, 45, talvez 50 mil
Meu mano tava com fome, por isso deixei ele lá no Mickey D's
Agora tô sozinho, indo pra casa pra ficar de boa
Vi uns neguinhos me seguindo, então peguei o telefone
Liguei pro Bones, eu falei, "Aí mano, tô sendo seguido"
"Preciso da sua ajuda antes de ser tarde"
"Me encontra lá embaixo, traga seu cano"
Eu não acredito nisso, o neguinho falou que não podia
Porque tinha uma puta na casa dele pelada
E aí ele desligou...
E ele deveria ser meu mano e tá pouco se fudendo
Aquele otário me largou só pra trepar, qual foi?
Eu tô acelerando e eles continuam atrás de mim
O mesmo cara de quem eu ganhei a grana, e ele vai partir pra dentro
Tá prestes a ficar o bagulho louco
Peguei a pistola, tirei da trava
Porque eu me recuso a deixar esses neguinhos me matarem
Eu comecei a acelerar, e parei do nada e fiz eles baterem
E agora os viadinhos tão ensanguentados do vidro quebrado
E um deles morreu, quando a cara dele bateu no painel
Eu tô ferido também, sangrando até bastante
Não tô em pânico, fiquei até de boa
Não podia usar o braço direito, peguei a pistola com a mão esquerda
Fui até o carro pra ver que ele tava preso no assento
Olhei pra ele, balancei a cabeça e comecei a disparar
Acabou agora, porque os dois filhos-da-puta tão mortos
Eu acho que tô morrendo, sinto minhas pernas fracas
Mas antes de eu ir para o hospital, preciso pegar um táxi
Pra a 141th com a Bradhurst
É onde o Bones mora, entrei no prédio, imaginando
Procurando por ele, atirei na porta e botei a vadia pra fora
Pelo olhar nos meus olhos, ele sabia que iria morrer
Começou a chorar, botei o cano na cabeça dele e perguntei "Por quê?"
E aí ele me ofereceu, toda a grana dele
E caiu de joelhos e implorou pra mim não matar ele
E aí os miolos deles foram esparramados, ele já era, e aí eu vazei
Nas ruas, coberto de sangue, quase desmaiando
O hospital é perto, a algumas quadras, eu tô indo, mas
Porra, lá vem alguns policiais, eu levantei a arma
E comecei a atirar, e eles atiraram de volta, eu vou pro tudo ou nada
Eu não vou me segurar, já tive em cana antes e não vou voltar
Eu continuei atirando, um disparo acertou a cabeça de um deles
O outro cana se escondeu atrás de um caminhão
Eu tava sangrando muito, e eu não podia parar
Mas eu ainda tinha os 50 mil que eu ganhei
Atrás de mim tava livre, então saí ligeiro pro parque que era perto
Vi algumas crianças brincando por todos os lados e joguei a grana pra cima
Eu vi todos eles, correndo pra pegar
E tudo o que posso fazer é observar
Eu tô fraco e caí de costas
Agora eu ouço as sirenes, significa que a polícia tá vindo
Mas é tarde demais, eu já tô nos Portões do Céu
[Encerramento]
— Pode crer, vítimas de um jogo de dados
— Nunca aposte com os caras errados
— Que isso seja uma lição pra você
— Sim, é o Corleone galera
— Sim, é a Flamboyant galera
— Big L galera, Flamboyant baby, pode crer
— Big L... Uhh
— Big L... Pode crer, é a Flamboyant galera, pode crer